Estes tempos marcados pelo surto do novo coronavírus, como diz o Papa Francisco na sua oração histórica pela humanidade, são tempos de incerteza e tempos de provação em que "estamos todos no mesmo barco onde ninguém se salva sozinho ... fomos surpreendidos por uma tempestade inesperada e furibunda ... desde há semanas que parece o entardecer, parece cair a noite. Densas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades; apoderaram-se das nossas vidas, enchendo tudo dum silêncio ensurdecedor e dum vazio desolador que paralisam tudo à sua passagem: pressente-se no ar, nota-se nos gestos, dizem-no os olhares. Revemo-nos temerosos e perdidos".
Nós, crentes, interrogamo-nos: Senhor, onde estás? Não fiques em silêncio, dá-nos respostas ou meros sinais de que não nos deixas sós, entregues à nossa sorte. Estamos a iniciar a Semana Santa, a semana da vivência do grande mistério da fé para os crentes. Na véspera da Tua Paixão pediste ao Pai: "Pai, se é possível, afasta de mim este cálice, mas que seja feita a Tua vontade". Já percebemos que "não podemos continuar a estrada cada qual por conta própria, mas só o conseguiremos juntos". Dá-nos o dom de acreditar que caminhas connosco e que vais connosco na embarcação.
Faço um apelo a todos os paroquianos da Gafanha da Nazaré, também aos que estão emigrados por esses variados países do mundo e que não têm a oportunidade de, nesta Páscoa, estarem com os familiares para que, sendo fiéis à fé dos nossos antepassados, nesta Semana Santa, agucemos o sentido da oração, da fé e da esperança, com a certeza de que o Senhor fará brotar em nós a verdadeira primavera da vida nova da ressurreição.
Uma santa Páscoa.
Pe. César Fernandes
Pároco da Gafanha da Nazaré
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