Mensagem do nosso prior
Nesta Quaresma ao vivo, que estamos a passar, impressionou-me a oração do Papa Francisco pela humanidade. A figura daquele santo homem, sucessor de Pedro, que vergado pelo sofrimento, também ele, carregando sobre os seus ombros todo o sofrimento desta humanidade doente. Baseando-se na passagem evangélica que refere a tempestade a assolar a embarcação enquanto o Senhor dorme, afirmava que “essa tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades”. É no meio deste mar agitado em que todos nos encontramos que temos de implorar: “Acorda, Senhor!” … “Estamos todos no mesmo barco. Não aprendemos com as guerras, com a fome e a miséria, com a crise ambiental. Avançamos, destemidos, pensando que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente. Agora, sentindo-nos em mar agitado, imploramos-Te: “Acorda, Senhor!” O grito do Papa é também um grito para a humanidade doente que perdeu o sentido da pertença comum como irmãos: “Humanidade, acorda!”
Acredito que muitos de nós, passada a tormenta em que tudo parece naufragar, iremos descobrir a importância do valor da fé, da intimidade com Deus, o valor do silêncio, o valor do respeito pela natureza, nossa casa comum, o valor do amor fraterno e da esperança.
“O Senhor desperta, para acordar e reanimar a nossa fé pascal. Temos uma âncora: na Sua cruz fomos salvos. Temos um leme: na Sua cruz fomos resgatados. Temos uma esperança: na Sua cruz fomos curados e abraçados… ouçamos o anúncio que nos salva: Ele ressuscitou e vive ao nosso lado… não apaguemos a torcida que ainda fumega” nos nossos corações e nas nossas famílias.
Dando cumprimento a esta palavra bíblica e para uma vivência mais perfeita da nossa fé pascal, convido todos os paroquianos, a partir do Domingo de Ramos, a que coloquemos uma cruz e uma vela na janela da nossa casa, vela que acenderemos nas horas das cerimónias realizadas na nossa Igreja matriz, nas quais terei presente todo o povo de Deus especialmente os mais débeis. Afirmo como afirmou o papa Francisco: “não deixemos apagar a torcida que ainda fumega”.
Nesta tempestade que se abateu sobre a humanidade, desejo recordar a fragilidade dos nossos doentes e a fragilidade dos utentes assistidos pelo nosso lar. Rendo a minha homenagem aos funcionários do nosso Centro Social Paroquial que, correndo riscos incalculáveis, estão na linha da frente do combate contra este inimigo, a tratar, a cuidar e a proteger os nossos idosos. São uns verdadeiros heróis. Na minha oração diária sempre os tenho presentes. Queridos funcionários, obrigado pelo vosso trabalho.
Uma santa Páscoa para todos.
Pe. César Fernandes
Nota: Editorial do jornal Timoneiro
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