Afirma o Papa Francisco, na sua mensagem para a Quaresma, que este é um tempo propício para prepararmos, de coração renovado, o grande Mistério da morte e ressurreição de Jesus.
O Mistério Pascal é o fundamento da nossa conversão. Na Exortação "Christus vivit", dirigida aos jovens, afirma o Papa: “Fixa os braços abertos de Cristo crucificado, deixa-te salvar sempre de novo… crê firmemente na Sua misericórdia que te liberta de toda a culpa. Contempla o seu sangue derramado pelo grande amor que te tem e deixa-te purificar por Ele. Assim poderás renascer sempre de novo”. A Páscoa de Jesus não é um acontecimento do passado: pela força do Espírito Santo é sempre atual e permite-nos contemplar e tocar com fé a carne de Cristo em tantas pessoas que sofrem.
Continua o Papa Francisco: A nossa conversão é uma urgência. A contemplação do Mistério Pascal pelo qual nos foi concedida a misericórdia de Deus transporta-nos à experiência do “face a face” com o Senhor, ao diálogo coração com coração, de amigo com amigo. Por isso mesmo é tão importante a oração no tempo quaresmal. A oração tem de escavar dentro de nós, chegando a romper a dureza do nosso coração, para o converter cada vez mais a Ele e à Sua vontade.
Deus tem uma vontade apaixonada de dialogar com os seus filhos. Esta é uma oportunidade que deveria suscitar em nós um profundo sentido de gratidão. Nós, cristãos, não podemos contentar-nos com uma vida medíocre. Pelo contrário, teremos de aceitar com energia este apelo de Deus para a mudança de vida e o crescimento interior.
Reajustando as nossas atitudes interiores face a Deus e ao próximo, deveremos renovar os critérios que guiam as nossas vidas, abandonando as folhas secas do egoísmo, da ganância, do acumular riqueza… para entrarmos na dinâmica da partilha. Afirma ainda o Papa Francisco que quando colocamos o Mistério Pascal no centro da vida, sentimos também a compaixão pelas chagas de Cristo crucificado nas inúmeras vítimas inocentes dos conflitos armados, das prepotências contra a vida desde o seio materno até à velhice, das várias formas de violência, dos desastres ambientais, da iníqua distribuição dos bens da terra, da sede desesperada de lucro que é uma forma de idolatria. É também importante chamar os homens e mulheres à partilha dos seus bens com os mais necessitados, criando assim um mundo mais justo. A partilha, na caridade, torna o homem mais humano.
Nesta quaresma, desafio todos os cristãos da Gafanha da Nazaré e todas as famílias a que entrem nessa estrada que leva a um destino seguro, a Páscoa da ressurreição do Senhor.
Pe. César Fernandes
Nota: Editorial do TIMONEIRO
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