No dia 1 de maio de 1979, às 9 horas da manhã, iniciaram-se os trabalhos da construção do Santuário (Foto de Vasco Lagarto) |
Importa criar um homem novo
para uma nova sociedade
«No dia 6 de novembro de 1970, dava-se o facto, a meu ver muito importante. O “Símbolo do Pai”, vindo da Suíça, fazia pela primeira vez a sua entrada em Portugal — Lisboa. Para quem conhece o Movimento, sabe bem o que isso representa (…). Por isso mesmo, desabafei com o padre Domingos, dizendo: “Hoje cheira-me a grande caçada. Temos que descobrir a lebre. Ou eu me engano muito, ou este dia vai ficar gravado na história da Igreja e do Movimento em Portugal. E com esta fé, o padre Domingos e eu entrámos no meu carro — o Maresia. Demos uma grande volta, atravessámos a paróquia, sem esquecer a Barra. Já no final, o padre Domingos levou-me até aos terrenos da Colónia Agrícola.» (…) Junto da primeira casa abandonada, o padre Domingos e eu ajoelhámos e rezámos, e também sonhámos. E se conseguíssemos fazer daqui um grande Centro Espiritual, talvez mesmo um Santuário!...» E deste sonho, registado em carta que o saudoso padre Miguel nos enviou e que guardamos religiosamente, brotou o que todos conhecemos.
O Santuário, onde se venera a Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt, está a caminho de celebrar as suas quatro décadas de vida entre nós, concretamente em 21 de outubro próximo. Entretanto, foram-se multiplicando iniciativas de formação e vivências que perduram ainda na memória de muitos, quais sementes que fizeram germinar correntes de espiritualidade marcantes, que irradiaram para outras paróquias e dioceses.
O Nicho foi inaugurado em 21 de maio de 1978 e a 25 de março de 1979 foi inaugurada a casa da Irmãs e dada a primeira pazada do futuro Santuário, pelo nosso Bispo, D. Manuel de Almeida Trindade. No dia 1 de maio iniciaram-se as obras de construção do Santuário de Schoenstatt. No dia 20 de mesmo mês foi benzida a pedra angular, trazida de Roma com a bênção do Papa João Paulo II. Tem encrustada na face frontal uma outra pedra do túmulo de São Pedro, que tem gravada a inscrição “Tabor Matriz Ecclesiae”.
O Nicho foi inaugurado em 21 de maio de 1978 e a 25 de março de 1979 foi inaugurada a casa da Irmãs e dada a primeira pazada do futuro Santuário, pelo nosso Bispo, D. Manuel de Almeida Trindade. No dia 1 de maio iniciaram-se as obras de construção do Santuário de Schoenstatt. No dia 20 de mesmo mês foi benzida a pedra angular, trazida de Roma com a bênção do Papa João Paulo II. Tem encrustada na face frontal uma outra pedra do túmulo de São Pedro, que tem gravada a inscrição “Tabor Matriz Ecclesiae”.
Como curiosidade, ocorre-nos frisar que Margarida Lencastre, irmã do padre Miguel, foi quem pegou na Pedra Angular para que o Papa a abençoasse. Não satisfeita com a bênção geral do Santo Padre, pega na Pedra e espera que o Papa passe no papamóvel a caminho dos seus aposentos. Iludindo a vigilância, corre para o Papa e aproxima a Pedra do Santo Padre, que a abençoa, agora de forma singular.
O Santuário de Schoenstatt foi declarado Santuário Diocesano por D. António Marcelino em 21 de setembro de 1993, congregando à sua volta pessoas de todas as idades e condições sociais, procurando testemunhar que ali é bom estar. É oportuno frisar que os grandes impulsionadores da construção do santuário foram a Irmã Custódia, os padres Miguel Lencastre e António Borges e, ainda, Vasco Lagarto, sem esquecer muitos outros que deram o seu esforço e o seu entusiasmo, de muitas e variadas formas.
É justo salientar que a espiritualidade de Schoenstatt se apoia em três pilares fundamentais: a devoção a Nossa Senhora, Mãe Admirável; os ensinamentos do padre José Kentenich, que fundou o Movimento em 18 de outubro de 1914; e o Santuário, lugar de graças, cujas réplicas estão espalhadas pelos quatro cantos do mundo, como ponto de chegada para o encontro, a oração e meditação, e ponto de partida para a missão. Tudo numa perspetiva de criar um homem novo para uma nova sociedade.
Fernando Martins
NOTA: Texto e foto publicados no "Timoneiro" de julho de 2019.
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