Carlos Sardo |
A União das Irmandades prossegue fins espirituais junto dos irmão, sem pôr de lado a atenção devida a quem necessita de eventuais ajudas económicas. No fundo, os membros da União têm de colaborar na ação evangelizadora da Igreja, segundo os meios que lhe são próprios, como se refere nos estatutos, «redigidos de harmonia com as exigências legais, canónicas e civis», e assinados em 16 de novembro de 2016 por Mons. João Gonçalves Gaspar, ao tempo Vigário Geral a Diocese de Aveiro.
Em conversa com Carlos Sardo, juiz da União das Irmandades da paróquia da Gafanha da Nazaré a União surgiu como resposta às dificuldades que as três irmandades estavam a sentir, sobretudo na hora da organização de festas e procissões em que tinham de participar. Cada uma tinha de se apresentar com os irmãos devidamente vestidos e equipados com as suas opas e murças, para erguerem as insígnias (Cruz, Lanternas e Bandeira), mais o Pálio e a Umbela, e ainda lanternas para ladear o pálio, sem contar os andores. «Nem sempre era possível conseguir homens e mulheres disponíveis e com capacidade física para essas tarefas», disse-nos o juiz da União.
Acrescente-se que a União das Irmandades será sempre responsável pelas festas religiosas de Nossa Senhora da Nazaré, Santíssimo Sacramento e São Pedro, «no caso de não haver comissão constituída, em especial para a festa religiosa e profana dedicada à nossa padroeira», garantiu Carlos Sardo.
A União, que apresenta só um grupo de insígnias, «torna tudo muito mais facilitado», sublinha o juiz. Como as opas e murças passam a ser iguais para todos os irmãos, a organização das procissões fica mais prática. As opas são brancas e as murças vermelhas, «cor das do Santíssimo Sacramento», diz o juiz. E a bandeira tem as três insígnias das irmandades que deram as mãos para melhor servir a comunidade paroquial.
Conforme nos informou Carlos Sardo, a mais antiga irmandade, Nossa Senhora da Nazaré, tinha dois mil irmãos, apenas homens, a do Santíssimo Sacramento 300, também homens, e a de São Pedro contava 170 irmãos, homens e mulheres. Presentemente, a União acolhe no seu seio homens e mulheres, que podem e devem usar opas com murça nas procissões e noutras cerimónias.
A quota anual é de um euro por irmão, beneficiando todos dos direitos e obrigações estatutários. No caso de falecimento, a união é responsável pelo estipêndio da missa exequial. E mensalmente manda celebrar uma missa pelos irmãos vivos e defuntos.
Fernando Martins
Nota: Texto e fotos publicados no jornal Timoneiro
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