segunda-feira, 21 de maio de 2018

Efeméride: Dedicação do Altar e Igreja Matriz

21 de maio de 2005 



Prior Sardo no Jardim 31 de Agosto
Fachada Lateral
Igreja Antiga
D. António Marcelino

P.e Fidalgo 
Alicerces antigos recebem templo moderno 


D. António Marcelino presidiu no dia 21 de maio de 2005 à cerimónia da bênção e dedicação do altar e da igreja matriz, depois das obras de restauro por que passou e que ultrapassaram os dois milhões de euros. A remodelação foi profunda e denota bom gosto, o que valoriza ainda mais a sobriedade que marca todo o conjunto, com a bonita e primitiva imagem de Nossa Senhora da Nazaré a sobressair na decoração fronteira da capela-mor, de talha dourada. 
No momento da bênção, o nosso bispo lembrou a importância do altar, ao sublinhar que «a dádiva de Cristo, a eucaristia», parte dele. Também recordou o significado da mesa da Palavra, o ambão, e do sacrário, para adoração do Santíssimo Sacramento e para recolhimento. 
«Um templo sagrado não é uma casa qualquer», disse D. António, que enalteceu também a beleza conseguida pelo pároco, Padre José Fidalgo, e seus mais diretos colaboradores, salientando que «Deus tudo merece». E acrescentou: «O Padre José Fidalgo fez tudo com muito amor.» 
O Bispo de Aveiro realçou o mérito de ter sido recuperada a traça inicial da igreja matriz. Louvou, ainda, todo o toque «de arte, amor, perfeição e beleza» posto nas obras de restauro deste templo, numa perspetiva de melhor «servir uma paróquia com a dimensão e a importância que tem hoje a Gafanha da Nazaré». 
Ao dirigir-se às autoridades presentes (Governador Civil, Filipe Neto Brandão; presidente da Câmara de Ílhavo, Ribau Esteves; e presidente da Junta de Freguesia, Manuel Serra), D. António frisou o bom relacionamento com todas elas, «como não podia deixar de ser», referindo que «a Igreja de Deus é um projeto sempre em construção», e que «o Senhor é louvado, na medida em que O servirmos, servindo os outros». 
Para o Padre José Fidalgo, a construção de paredes é tarefa normalmente fácil. Importante é mesmo seguir o mandamento do Senhor, «amai-vos uns aos outros como Eu vos amei», para que nesta terra [Gafanha da Nazaré] «não haja divisões nem querelas», disse. 
Adiantou que as enormes despesas do restauro da igreja matriz foram suportadas pelo povo, não deixando de apelar ao Governo e às autarquias para que ajudem de forma mais significativa, porque «o dinheiro nas nossas mãos cresce mais». O templo e o complexo anexo inserem-se «num projeto — frisou o Padre Fidalgo — de construção de uma comunidade verdadeiramente humana, nas vertentes cultural, social e religiosa». 

Alicerces antigos recebem templo moderno 

A igreja agora restaurada assenta na primitiva, que foi inaugurada em 1912. No fundo, para quem olha, trata-se de um templo novo, tal é a magnitude das obras levadas a cabo. Foi respeitada a traça original, com realce para a torre sineira e para a cor branca, tão típica da região das Gafanhas. O arco maior, que separa a nave principal da capela-mor, é da primeira igreja. 
O corpo do templo apresenta-se bem decorado, garantindo espaço para 500 pessoas sentadas. O material utilizado, granito e madeiras de qualidade, via-sacra que casa bem com todo o ambiente, vitrais e iluminação funcional mostram o cuidado colocado neste projeto, que há de perdurar no tempo. 
Um elevador servirá idosos e deficientes e a escadaria exterior, com alguma imponência, empresta uma certa beleza à frontaria da matriz da Gafanha da Nazaré. O adro, de granito e com grades, e ajardinado lateralmente, acolhe a estátua da padroeira, de bronze. 
Há dois auditórios, salas diversas, para catequese e reuniões, cartório paroquial, sala de audiovisuais, gabinetes, sacristia e sanitários. Como curiosidade, registe-se a existência de uma sala, ligada à nave central, alimentada por um circuito interno de televisão, sobretudo para os pais com filhos mais barulhentos poderem continuar a participar nas cerimónias. 
O templo possui aquecimento central, aparelhagem sonora afinada e um órgão de boa qualidade. A capela do Santíssimo ocupa um espaço lateral, resguardado, que convida à meditação. Como pormenor a destacar, há o brasão da paróquia em diversos locais, nomeadamente nos bancos, com as marcas do povo que tem feito a Gafanha da Nazaré, através dos tempos, ligado ao mar e à agricultura. 

Fernando Martins

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