sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

FESTA DOS REIS NA GAFANHA DA NAZARÉ

"Acredito que a nossa paróquia viveu esta tradição dos Reis 
com a alegria da Luz que ilumina os nossos caminhos 
e a intensidade da fé que nos caracteriza 
como fizeram os santos Magos"





Há dez anos que participo nos Reis da nossa paróquia. Este cortejo de cariz profundamente popular sempre me emocionou pela simplicidade e beleza dos seus autos, dos seus cânticos e pela envolvência de toda a comunidade.
Os reis, vindos do oriente, seguem uma estrela que será para eles a coluna luminosa que os guia até ao Menino acabado de nascer que lhes mostra a ternura e simplicidade de Deus; O aparecimento do anjo que anuncia aos pastores a Boa Nova do Messias prometido que vem ao mundo; O encontro dos pastores, homens simples do pastoreio dos rebanhos que se dirigem para o presépio adorar o Salvador e em que Antenor descreve a cena idílica de José e Maria que estava para ser mãe; Os dois árabes (Ibraim e ASAF) que matam a sede na fonte de Elias e se encontram com os pastores que vão a caminho de Belém adorar o Menino; Os Magos,  desapontados com o desaparecimento da estrela, dirigem-se para Jerusalém onde se dá o célebre diálogo entre eles e Herodes, este com intenções malévolas de pretender liquidar o novo Rei que acaba de nascer; No final, os pastores dirigem-se à Igreja “abram-se as portas da Igreja” para a entrega dos presentes a Nossa Senhora e para adorar o Menino numa cena enternecedora dum presépio vivo.
Como nos diz o Papa Francisco,” os Magos, seguindo uma luz, buscam a Luz. Andavam à procura de Deus. Tendo visto o sinal da estrela, interpretam-no e puseram-se a caminho. Nesse caminho encontram inúmeras dificuldades. Chegados a Jerusalém, vão ao palácio do rei porque consideravam óbvio que o novo rei nasceria no palácio real. Lá, perdem de vista a estrela e embatem no engano de Herodes. Aí, no palácio, vivem um momento de escuridão e dirigem-se a Belém onde, segundo os profetas, nascerá o Messias. Retomam a viagem e de novo veem a estrela sentindo imensa alegria. Chegados a Belém, encontram o Menino com Maria, sua mãe. Prostram-se e adoram-No, oferecendo-Lhe os seus preciosos e simbólicos dons. A graça do Espírito Santo que os guiou ao longo do caminho, agora fá-los entrar no mistério: o presépio mostrou-lhes o caminho do abaixamento de Deus, a Sua glória escondida na manjedoura de Belém. Esta foi a sua conversão.
 Nesta quadra natalícia, também nos é pedida a conversão que nos levará a interrogar-nos, no meio dos enganos do mundo, onde está a estrela e, na humildade da fé, levar-nos-á a encontrar a Luz. Acredito que a nossa paróquia viveu esta tradição dos Reis com a alegria da Luz que ilumina os nossos caminhos e a intensidade da fé que nos caracteriza como fizeram os santos Magos.

P.e César Fernandes

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