Respondendo às muitas inquietações de sacerdotes e leigos da nossa Diocese de Aveiro que têm contactado quer o Bispo diocesano quer os serviços da Cúria a propósito do Covid-19 (ou Coronavírus), vimos afirmar o seguinte:
1.Compete aos serviços de saúde nacionais (DGS) e regionais (ARS) fornecer medidas profiláticas na luta contra esta doença, medidas essas que todos devemos seguir. Estas indicações emanadas da Diocese pretendem, apenas, ser um contributo dirigido às nossas paróquias e agentes de pastoral.
2. Recordamos as orientações emanadas da Conferência Episcopal Portuguesa: não dar o abraço da paz na celebração da Eucaristia, a comunhão ser na mão e não na boca, não utilizar água benta nas pias das igrejas e capelas e, nas concelebrações, a comunhão ser por intinção, sendo o celebrante principal o último a comungar.
3. Tomadas estas precauções, as celebrações das Eucaristias, dos sacramentos e dos funerais, para já, decorrerão na forma habitual.
4. No que diz respeito à catequese, devemos prestar atenção às escolas locais. Somente se estas fecharem, é que se justifica o encerramento da catequese.
5. Quanto às Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) da Igreja, cumpram-se as normas emanadas das Delegações de Saúde.
6. Pela sua grande vulnerabilidade, as visitas aos doentes e idosos nas suas casas serão reduzidas ao mínimo indispensável, mantendo-se, por enquanto e até se julgar razoável, a comunhão dominical ministrada pelos ministros extraordinários da comunhão, que tomarão as devidas precauções sanitárias, bem como o sacramento da Unção dos Doentes, quando requerido com urgência, e também o Viático.
7. No que diz respeito às confissões quaresmais, a título excecional, concedo a possibilidade da celebração penitencial com a absolvição simultânea de vários penitentes sem confissão individual. Entretanto, é necessário ter presente o seguinte: para que o fiel possa usufruir validamente da absolvição concedida simultaneamente a várias pessoas, requer-se que esteja devidamente preparado e disposto a confessar-se individualmente, no mais curto prazo de tempo possível (cfr. Ritual da Reconciliação). Cuidem, por isso, os párocos de fazerem uma preparação e uma celebração condigna do sacramento da Reconciliação/Confissão. Nos locais onde for possível celebrar este sacramento com as devidas precauções (um metro de distância do penitente) e proteger o sigilo sacramental, não é de excluir a sua celebração.
8. No que diz respeito às cerimónias da Semana Santa daremos, segundo o evoluir da situação, indicações posteriores.
Pedimos, por fim, que todos façam o que estiver ao seu alcance: limpeza e lavagem das mãos, não tocar as imagens e levar a mão à boca para se benzer, o uso necessário de lenços de papel e o espirrar para o cotovelo... são exemplos de coisas pequenas que podem ajudar a todos.
Sem alarmismos, peçamos a Deus, rico em misericórdia, que nos conceda o dom da saúde e da tranquilidade, implorando da Sagrada Família – Jesus, Maria e José – a bênção para todos e cada um de nós.
Aveiro, 11 de março de 2020.
(+ António Manuel Moiteiro Ramos, bispo de Aveiro)
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