O Papa Francisco sustentou que a comunicação é uma "missão" para a Igreja Católica, que exige investimento e "coragem". "Para a Igreja, a comunicação é uma missão. Nenhum investimento é demasiado alto para espalhar a Palavra de Deus. Ao mesmo tempo, todo o talento deve ser bem empregue, feito para dar frutos", referiu na segunda-feira, no discurso que entregou aos responsáveis da Secretaria para a Comunicação (Santa Sé), incluindo D. Nuno Brás, bispo do Funchal.
Francisco deixou de lado o texto que tinha preparado, confiando-o a Paolo Rufhni, o primeiro leigo a desempenhar o papel de prefeito de um Dicastério da Santa Sé. Já na sua intervenção improvisada, o Papa pediu uma comunicação "austera, mas bonita", que transmita a mensagem como "testemunho" e através de "substantivos", sem adjetivar as pessoas. "Comunicação como mártires, isto é, como testemunhas de Cristo: como mártires", precisou.
O Papa observou que, na Igreja Católica, comunicar não é um trabalho de "publicidade", mas uma imitação do "ser de Deus", que não pode ficar sozinho, pelo que se deve transmitir "o verdadeiro, o certo, o bom e o belo". A intervenção alertou para a tentação de "resignação" perante a falta de meios, observando que os "poucos" têm a missão de ser como o "fermento, como o sal".
A Assembleia Plenária da Secretaria para a Comunicação decorre até hoje, no Vaticano.
Ainda na manhã do dia 23, o Papa recebeu uma delegação da União Católica de Imprensa Italiana, a quem pediu que sejam "a voz da consciência de um jornalismo capaz de distinguir o bem do mal, as escolhas humanas das desumanas".
"O jornalista - que é o cronista da história - é chamado a reconstruir a memória dos factos, a trabalhar pela coesão social, a dizer a verdade a todo o custo: também há uma parrésia, isto é, uma coragem do jornalista, mas sempre respeitoso, nunca arrogante", apontou.
Nota: Publicado no “Correio do Vouga” desta semana
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