“Sem nos apercebermos, afastamo-nos de Deus. Todos somos filho pródigo: esquecemos Deus e voltamos as costas ao seu amor. Todos escapamos da casa paterna, correndo e vagueando por caminhos tortuosos. Oxalá todos tenhamos sentido o vazio e miséria dessa situação.
Afastamo-nos de Deus pelo esquecimento. Não guardamos a sua palavra. Não vivemos na sua presença. A nossa oração é breve e rotineira. Ou nem existe. Não há um verdadeiro diálogo com Deus. Não estamos à sua escuta. A nossa relação com Deus não é permanente nem chega ao coração.
Afastamo-nos de Deus quando nos voltamos para as coisas. Estamos ocupados e preocupados por ter coisas e quantas mais melhor. E assim como temos o coração cheio de coisas, não há lugar para as pessoas e muito menos para Deus.
Afastamo-nos de Deus pela dureza do nosso coração. A importância que damos às coisas – o consumismo – coisifica-nos, endurece-nos. Deixamos de ter um coração sensível e misericordioso, um coração aberto, apaixonado e disponível que nos abra os braços para acolher o Outro.
Afastamo-nos de Deus pelas tarefas diárias, monótonas, repetitivas, que nos obrigam a uma rotina enfadonha. Perdem-se os valores e a consistência. Vale só o que é bonito e divertido. Por isso, ninguém nos fale de compromissos e de luta pela justiça, pela paz, por um mundo novo. Vivemos na chamada “sociedade líquida”, nada é consistente e muito menos o amor.
Afastamo-nos de Deus por tantas coisas. Podem ser os caminhos do vício, dos rancores, da comodidade, da injustiça, da irresponsabilidade, do egoísmo…
Afastamo-nos de Deus, quando não perdoamos.
Senhor, ensina-nos a importância de pedir perdão e de saber perdoar. Torna-nos capazes de assumir os nossos erros e a humildade necessária para “voltar” para o Pai.
Senhor, ensina-nos a sermos capazes de aceitar quem está perto de nós… ao nosso lado.”
Vera Menezes
NOTA: Reflexão feita no final da missa das 19h, no passado sábado, no momento especial do abraço da paz.
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