A Caridade
Eu podia falar todas as línguas
Dos
homens e dos anjos;
Logo que não tivesse caridade,
Já não passava de um metal que tine,
De um
sino vão que soa.
Podia ter o dom da profecia,
Saber o
mais possível,
Ter fé capaz de transportar montanhas;
Logo que eu não tivesse caridade,
Já não
valia nada!
Eu podia gastar toda a fortuna
A bem dos
miseráveis,
Deixar que me arrojassem vivo às chamas;
Logo que eu não tivesse caridade,
De nada
me servia!
A caridade é
dócil, é benévola,
Nunca foi
invejosa,
Nunca procede
temerariamente,
Nunca se
ensoberbece!
Não é ambiciosa;
não trabalha
Em seu proveito
próprio; não se irrita;
Nunca
suspeita mal!
Nunca folgou de
ver uma injustiça;
Folga com
a verdade!
Tolera tudo! Tudo
crê e espera!
Em suma
tudo sofre!
João de Deus,
in 'Campo de Flores'
in 'Campo de Flores'
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