Neste dia, 31 de agosto de 1910, por decreto do Bispo-Conde de Coimbra, D. Manuel Correia de Bastos Pina, diocese à qual na altura pertencia a nossa região, nasceu a paróquia de Nossa Senhora da Nazaré, no respeito pelo decreto do Rei D. Manuel II, com data de 23 de junho do mesmo ano.
Nesta data que todos recordamos, com júbilo, importa sublinhar o contributo dado pela comunidade religiosa no crescimento da freguesia e paróquia, na certeza de que os ideais cristãos são suporte de paz, fraternidade, solidariedade e espírito de servir, numa constante reciprocidade que nunca poderá desaparecer dos nossos horizontes.
Lembro, com as marcas de minha idade, párocos e outros sacerdotes que ao longo de 108 anos serviram o povo, sem jamais se servirem dele. Espalharam o bem, a justiça e a verdade assentes na Boa Nova de Jesus Cristo, numa perspetiva de novos caminhos para novos futuros. Mas também recordo inúmeros gafanhões ou outros, que aceitaram esta terra como sua, que se empenharam na comunidade, sem outros interesses que não fossem os de servir quem mais precisou em cada época e pelas mais variadas formas.
Na certeza de que a herança que nos foi legada pelos nossos ancestrais produziu raízes que venceram a aridez dos terrenos dunares, que souberam arrotear e tornar produtivos, auguramos à nossa terra e aos seus residentes as maiores venturas.
Parabéns à paróquia da Gafanha da Nazaré, velha senhora, com mais de um século de vida, que cultivou sempre a sua juventude, apresentando-se, nos dias de hoje, formosa e arejada, alegre e feliz.
Fernando Martins
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