«Tempo durante o qual não funcionam
aulas, tribunais, etc.
Interrupção relativamente longa de trabalho,
destinada ao descanso dos trabalhadores.»
Dos dicionários
Partindo da definição de férias que nos é dada pelos dicionários, na sua síntese mais conhecida entre nós, podemos concluir que, para quem trabalha ou estuda, elas serão uma fruição acessível a todos. Alunos e trabalhadores, sem aulas e sem trabalho, poderiam estar, à partida, em férias. Nem sempre, porém, é assim, já que a disposição interior não será favorável à busca de férias divertidas. Mas quem estuda e trabalha precisa realmente do lazer, sob as mais variadíssimas formas.
Muitos dos que falam de férias pensam logo em viagens, em diversões, em simples passeios e em estadas longe dos seus quotidianos. Mas férias podem ter outras vertentes que permitam a descontração, o descanso, a cultura, a espiritualidade e a alegria partilhada em grupos, numa ânsia desejada de renovar o corpo e a mente para mais um ano de trabalho e de luta.
Todos sabemos, contudo, que o desânimo domina as sociedades contemporâneas. O mundo, comandado até ao absurdo e quase exclusivamente pela economia e finanças, caiu num descalabro sem precedentes, cujos contornos ainda não têm cabal análise e muito menos soluções à vista. Fala-se muito, mas do falar ao resolver os problemas do povo vai uma grande distância. Desempregos em massa, redução de salários impensáveis há uns anos, regalias cortadas abruptamente, falências em crescimento nunca visto, famílias inteiras sem qualquer rendimento, fome e desesperos, enfim, uma economia em queda ao jeito dominó.
Falar de férias num ambiente destes é terrivelmente doloroso para bastantes famílias. Porém, que ao menos possamos aproveitar esta época para descobrir coragem e força que nos ajudem a descortinar formas de sobrevivência dignas, com perspetivas de futuro, na certeza de que, depois da tempestade vem a bonança. Assim esperamos.
Fernando Martins
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