sábado, 16 de dezembro de 2017

Apostolado da Oração — Retaguarda orante do Santo Padre


A Associação do Apostolado da Oração ao Sagrado Coração de Jesus foi fundada na Gafanha da Nazaré em 22 de outubro de 1904, ainda antes da criação da paróquia, o que aconteceu em 31 de agosto de 1910. Dela não temos falado como o seu historial exigiria, talvez por andarmos distraídos ou por os seus membros agirem, ao nível da oração, sem alardes, em sintonia com as intenções do Papa. Neste número do Timoneiro, porém, reparamos a nossa falta. Texto e fotos de Fernando Martins

Luís Ferreiro, João Lé e João Ramos (da esquerda para a direita)
João Ramos (presidente), João Lé (tesoureiro) e Luís Ferreiro (secretário) mostraram o seu entusiasmo pela Associação do Apostolado da Oração (AO), assumindo a responsabilidade da instituição, que, desde o início, se posiciona na «retaguarda orante do Papa». O AO reúne mensalmente e congrega, na nossa paróquia, 795 famílias e três mil associados, com 29 zeladores que distribuem, porta a porta, as pagelas, ponto de partida para as orações diárias. O assistente é o Padre João Sarrico, assíduo e muito interessado por tudo quanto diz respeito à associação. 
Ficámos a saber que as pagelas são fornecidas pela sede nacional do AO, localizada em Braga, sendo aprovadas pelo Santo Padre. Todos os associados têm por regra rezar diariamente pelas intenções do Santo Padre, estando atentos a tudo o que possa suscitar-lhe, no dia a dia, preocupações, sofrimentos e trabalhos apostólicos, nomeadamente, com os refugiados e os idosos, mas também com as Igrejas Orientais, onde há tantas perseguições aos cristãos, por serem minorias em alguns países. 
A direção do AO sublinha a importância de se criar, a vários níveis, correntes de oração, estando garantido que a distribuição das pagelas se manifesta como preciosa ajuda pela proximidade que proporciona entre zeladores e associados. «As pagelas são, a nível mundial, uma corrente forte que suscita efeitos benéficos nos membros do AO e nos demais cristãos, apesar dos sítios online que já existem, porém nem sempre acessíveis a toda a gente», asseguram-nos. 
Por outro lado, a componente social nunca deixa de estar presente na ação e na oração dos zeladores e associados. Tomam nota, nas visitas, das situações difíceis com que se deparam, ajudam a resolver certos casos dentro das suas possibilidades e encaminham outros para as instituições paroquiais, autárquicas ou cívicas.
Para João Ramos, pertencer ao AO «é participar na rede universal da oração», mas ainda, na qualidade de presidente, procura «ajudar os zeladores a criarem o espírito de apostolado, transmitindo-o a todas as pessoas com quem contactam, associados ou não, através da leitura da pagela». Pessoalmente, o presidente da associação sente-se «enriquecido» pelas vivências que vai experienciando, o que o leva a «incentivar as pessoas a rezarem cada vez mais, fazendo da oração uma prática diária, tendo em consideração, de forma especial, as intenções do Santo Padre». 
João Lé, tesoureiro com muitos anos de entrega e de serviço ao AO, tem gravado no seu coração a «missão de cuidar dos bens materiais da associação», como as opas e demais alfaias litúrgicas, com a preocupação de «não se perder um cêntimo das quotas anuais dos membros, um euro por pessoa», destinadas ao estipêndio das missas que mandam celebrar. Também procura no dia a dia dar o exemplo de oração, pessoalmente e em família, pelas intenções do Papa, estimulando os outros a fazerem o mesmo.
Luís Ferreiro assume que foi convidado para fazer parte do AO há cinco anos para exercer o papel de secretário, «cujas funções são mais a nível burocrático». «Sou o guardião da própria história da associação [é formado em História] e responsável pela «guarda dos livros das famílias, das atas e de outros registos. Reconhece, contudo, que descobriu que faz parte «de um projeto maior, a rede de oração pelas intenções do Santo Padre», sublinhando que as orações, nas reuniões e não só, o ajudam a ter «o coração mais desperto e mais ativo, quando percebe que o Papa está com problemas». 


Um pouco de história

O Apostolado da Oração teve origem numa casa de estudo da Companhia de Jesus, em França, na festa de S. Francisco Xavier do ano de 1844. Nessa altura, o Padre Francisco Xavier Gautrelet divulgou a ideia de se colaborar com os que trabalham nos vários campos do apostolado, oferecendo as suas orações e sacrifícios. Estas propostas constituem o fundamento do Apostolado da Oração. Posteriormente, o Papa Pio IX concedeu as primeiras indulgências, em 1849. E em 1883, já tinha 35 mil centros, com mais de 13 milhões de associados.
O AO entrou em Portugal em 1864. O grande impulsionador e primeiro diretor nacional foi o Padre Luís Prosperi. Assim, em 1887, já se contavam no nosso país 1074 centros e cerca de 850 mil associados e zeladores.
A associação do Apostolado da Oração foi estabelecida em 22 de outubro de 1904 na comunidade católica da Gafanha da Nazaré, que estava integrada na paróquia de São Salvador de Ílhavo. O primeiro diretor e presidente de zeladores foi o Padre José Francisco Corujo [mais tarde segundo prior da nossa terra, ficando conhecido por Prior Guerra], tendo como secretário e tesoureiro Manuel Caçoilo da Rocha. A presidente de zeladoras foi Joana Rosa Bola, a secretária, Anunciação da Rocha e a tesoureira, Rosa Teixeira. 
Presentemente, o AO congrega 795 família com três mil associados e possui 29 zeladores. 

Sem comentários:

Enviar um comentário